sábado, 12 de março de 2011

Desconhecido

Eis minha desordem, meu embaraço, minha loucura. Pensas que não faço sentido, que não sei o que sou ou que o que sou está fora do normal. Devo concordar. Faço sentido algum. Quando penso saber quem sou, mais mistérios se apresentam. Normal surge no meu vocabulário para designar o que é diferente de mim.

Eu sou isso aqui, só isso. Que não é pouco, é demais. Transbordo insuficiência, sou isenta de ausências - já que mesmo as tais preenchem grandes espaços e são cheias de um algo que eu nunca soube o que é. Mas é, está aqui e eu o sinto, esse algo meio sem sentido que faz todo sentido para quem o sente.

Eu sou e não estou em qualquer coisa que você já viu. Eu estou e não sou nada que você espera. Não espere de mim, aliás. Aguarde, apenas. Tente descobrir um pouco de mim enquanto descubro você. Mas logo aviso: posso não ser sempre compreensível. Não sou difícil, apenas incoerente.

Eu sou esta confusão. Basta que esteja disposto a recusar o padrão. Basta que queira conhecer um pouco do esquisito, do desconexo. Basta que possa sentar ao meu lado e não sentir que deveria estar em qualquer outro lugar.

Eu sou desordem. Sou loucura, sou embaraço. Sou confusão. Eu sou o que normalmente não são. Sou o que você não pensou que veria.

Sou o desconhecido e o prazer pode ser nosso.

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