Estaciono. Em algum lugar, estaciono. Entre a transitividade da vida, e para além do que sei, aqui me encontro - e, de algum modo, estaciono.
quarta-feira, 24 de agosto de 2016
Por um trisco
Ali, bem no meio,
entalado no asfalto e
ameaçando desfazer,
um risco.
Era só contestação
o olhar que me danava,
mesmo debaixo pra cima,
o tal do risco.
E era óbvio:
queria me provocar,
cheio de si, tinha lá
um desafio a me lançar.
Era só olhar pra ver.
E eu olhei,
pois então eu vi...
Juntei as forças,
todas que tivesse,
pesquei os ares,
todos que pudesse,
Com meia vontade
e meio de migué,
fui lá, encaixei meu pé
ali
bem no meio
na primeira ponta do risco...
Minhas pernas já bambas,
denunciando tanto e
ameaçando desfazer,
mas eu quis nem saber.
Olhei o risco
que me olhou de volta,
mesmo no olho.
Parecia um cisco.
E nessa hora
já não tinha baixo
nem cima,
força, ar, desafio
ou migué...
Mais nada eu vi...
Era eu e o risco.
E eu corri.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário