quarta-feira, 12 de março de 2008

Dois Corações, Uma Última Chance



A lua iluminava claramente no céu, fora da janela. Lua cheia. Bela. Encantadora. Talvez tenha sida ela, a lua, que me fez mostrar o que sentia. Impaciente pela tua resposta, o teu silêncio me matando.

- O que me dizes? – tive que perguntar.

O medo preencheu o meu peito quando percebi em sua expressão a dúvida. Não me amas mais, pensei comigo. Meu coração congelou e quis gritar o teu nome, porém permanecerias imóvel ou me chamarias de louca.

Toquei a tua mão. Continuava tão macia e morna como há um mês atrás. Gostei da sensação confortante de sentir teus dedos entre os meus novamente. Já não me apressava mais pela tua resposta.

Levantaste a cabeça e teus olhos penetravam os meus da maneira mais doce que poderia. Eu quis sorrir, de verdade. Perdoe-me por não te-lo feito.

Percebi quando teus lábios se aproximaram dos meus, tão delicadamente. Por dentro, meu corpo inteiro estava inquieto. Porém permanecia imóvel. Fechei meus olhos, acompanhando os teus que faziam esta ação de maneira tão calma como se tivéssemos toda a vida para aquilo.

Nossos lábios selaram. E lentamente nossas línguas começaram a se entrelaçar. Foi um beijo longo e rápido. Longo pelo tempo que levamos. Rápido pelo desejo de não acaba-lo jamais. Intenso sim, com certeza.

Ao nos separarmos, minha mão ainda tocando a tua, esperei por tuas palavras. Parecia que não viriam. Permanecias indiferente ao acontecimento.

Acariciei tua mão levemente, na tentativa de te encorajar com as palavras. Tinha certeza de que querias falar, só não sabias como fazê-lo. Nunca soubeste.
Confortantemente, senti os teus braços me envolverem. Um abraço tão forte e apertado. Pareceu-me que tentavas ter certeza de que era isto o que querias, os meus braços aos teus, os meus lábios aos teus, e o nosso amor assim, todo nosso.

Desvencilhou-se de mim lentamente, e deixei-me fazer o mesmo. Logo, olhando profundamente em meus olhos e com os lábios aparentemente secos e hesitantes, ainda reunindo as palavras que diria, proferiu:

- Eu sempre te amei – vi pela primeira vez uma lágrima cair de teus olhos.

Dessa vez o beijo foi muito mais longo. O abraço muito mais apertado. O desejo ainda mais crescente. E a noite uma criança.

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