sábado, 17 de maio de 2008

Valsa Eterna


Conheço muitos conceitos sobre a saudade, mas nenhum melhor do que o que sinto agora. E, francamente, não é fácil. Sei que triste mesmo é a saudade que nunca acaba, daquele alguém que se foi para sempre, que jamais voltará. Mas que posso fazer se essa dor me invade de tal maneira que mal posso ignorá-la?

O tempo está passando, e as coisas estão acontecendo. É tão rápido. Tão devagar. Sinto cada vez mais os meus planos se afastarem do meu horizonte. Que será que estou fazendo de errado?
Olho para você e nada mais enxergo. E mesmo sem olhar para você, nada mais enxergo. Isso pode me levar a sofrer, mas eu não posso evitar. Sinto vontade de você.
E o tempo continua passando. E eu continuo querendo você. E meus planos continuam fugindo. Responda-me apenas uma coisa: você também sente o mesmo? Sua vontade é a mesma? Você também quer a mim?
Porque se assim for, meus planos talvez funcionem. E eu talvez possa sentir um pouco menos a tua falta. Poderias responder logo? Sabe, tenho pressa.
O relógio não pára com seu tic-tac e eu não paro com meus pensamentos. Os meus desejos estão sempre aqui, muito fortes. Não posso esperar.
Queria que você fosse meu, se já não é. E se for, queria que fosse mais meu. Só meu.
Ignorar completamente tudo o que não podemos ignorar. Esconder de vez tudo o que não podemos esconder. E mostrar tudo o que ainda não mostramos. Sim, eu quero isso. O que você me diz?
Vamos lá, a hora está passando. A saudade está aumentando. Mas o telefone não está tocando, você não está me ligando. Nem uma mensagem. Nenhum sinal. Lembras de mim?
Ó como temo por tua resposta. Ó como espero por ela. Venha rápido, não posso esperar sempre.
Meu coração está tão apertado, tão machucado. Porque a saudade o aperta, a saudade o machuca. E você está ajudando-a. Pare com isso. Não está vendo que não gosto?
Tic-tac, tic-tac, tic-tac. Isso está irritando. Relógio, poderias te calar? Obrigada.
Minha cama está desarrumada. Não, não consigo parar de me remexer sobre a mesma. E os meus papéis estão todos jogados no chão, há apenas alguns ao meu lado. Junto ao meu porta-retrato. O nosso porta-retrato. O nosso passado.
Veja, poderemos ter um futuro. Você quer? Diga-me: é isso o que você quer? Compartilhar o seu futuro comigo? Eu posso fazer dele uma eterna brincadeira, uma eterna valsa, uma eterna infância. Basta apenas que me respondas se é isso o que você quer.
Viver eternamente ao meu lado. Dançando nossa própria valsa, nossa própria música, nosso próprio amor e nossa própria juventude.
Não terei vergonha. Não terás manchas vermelhas na pele. Teremos apenas o amor, ele sim será vermelho, ele sim terá vergonha.
Nosso salão será prateado, coberto de pétalas de rosas. Todas cor-de-rosa, ou quase. Haverá algumas vermelhas, destacadas. E nossos pés estarão sempre sobre elas. Dançando. Bailando. De um lado a outro. Do outro a um lado.
Parece-me uma boa idéia que tenha algumas pessoas nos assistindo. Assim não estaremos sozinhos. Teremos platéia.
E a saudade não apertará. Mas o tempo continuará a passar. Passar como nossos passos.
Meu cabelo continuará preso, sob uma coroa de flores. E o seu terno preto continuará pequenino. Que tal parece a idéia para ti?
Se tiveres gostado, podemos torná-la realidade. Uma valsa eterna. Uma valsa romântica. Nossa eterna valsa romântica. Entrarás nessa aventura?

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