sábado, 22 de novembro de 2008

Gritos de Esperança


Continuo gritando por dentro. O mais alto dos gritos, o mais audível para as almas. Uma alma gritante, é a minha. E se quiser saber o motivo de tanto barulho, não me pergunte. Apenas venha calar aquilo que não queres ouvir. Apenas venha tapar os buracos que estão vazios. Venha preencher o que me falta, aquilo que você deixou alterar.

Não, não demore, por favor. Sabe o que eu acho? Que todo o tempo do mundo pode ser tempo demais para quem espera. E eu ainda estou esperando. Eu acredito que as pessoas mudam, se elas quiserem. Se você quiser, nós podemos voltar a ser como éramos – apenas felizes. Partes um do outro, partes que se completam.

Eu não gosto de estar sozinha, mas se for a minha única opção, garanto que não vou hesitar. Mas permita-me fazer um último apelo. Deixe-me penetrar no vazio da tua alma e arrancar a sensibilidade aí existente. Eu sei que existe. Por mais bem escondida que esteja, por mais bem disfarçada que permaneça, está aí. Você também tem um coração. Certa vez eu vi lágrimas em seus olhos, e isso talvez prove o bastante.

Se lágrimas são a chave da alma, por que tu te trancas? Eu não minto quando digo que é melhor a liberação das emoções. Na verdade, eu sequer costumo mentir. Minha sinceridade está acima do que eu chamo de possível, então eu gostaria que você acreditasse em mim, nas minhas palavras, no meu pouco senso. Eu adoraria que você me olhasse nos olhos e me pedisse perdão por estarmos errados. Eu juro que compreenderia, eu juro que te responderia.

Olhe só para mim, estou quebrada. Inteiramente quebrada. Já é fato que eu não vivo sem você. Já é fato a falta absurda que você me faz, o quanto eu preciso de você. E mesmo que isso não seja recíproco – e você não sabe o quanto dói -, eu quero você ao meu lado.

Talvez seja egoísmo. Ou humildade. Eu realmente não me preocupo em saber. Pecados ou virtudes não fazem parte das minhas prioridades. Minha prioridade é o amor, é o amar. E de alguma maneira, eu amo você. Não o amor dos amantes nem dos irmãos. Não é fraterno ou apaixonado. Mas é amor. Está aqui e eu sinto. E eu quero. E eu preciso.

Não demore, por favor. Eu ainda estou aqui. Eu sempre ainda estarei aqui. Mas não demore. O coração é sozinho para agüentar demais. Não sou tão forte quanto talvez tenha parecido ser. Então não demore. Venha, me abrace e diga que você ainda está ao meu lado, que ainda é meu amigo, que nós precisamos um do outro e assim permaneceremos. Diga-me aquelas três palavras. Diga-me o que é necessário.

Apenas não demore. Meu coração não está em si de tanta dor.

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