domingo, 11 de janeiro de 2009

Mortos-Vivos Ou Vivos-Mortos


São espelhos que nada refletem e tudo desejam. São águas que não correm, porém caminham calmamente em direção ao nada. São palavras que não fazem sentido e dizem tudo. São rostos cheios do cansaço do dia-a-dia e repletos de empolgação perante à vida. São malucos sem insanidade, donas-de-casa que não sabem como trabalhar, abrigos solitários e vazios.

São doentes que querem viver e vivos desejando a morte. São zumbis que assombram um sono, fantasmas que buscam liberdade. São casas abandonadas em busca de real companhia. São mais palavras desembrenhadas que procuram por alguma organização.
São desejos inexplicáveis, fontes inexploráveis, assuntos inimagináveis.

São humanos – fracos, irrevogáveis, alucinados e tentadores. São animais – quietos e selvagens. São parasitas – prontos para aniquilar o que vier a atrapalhar as suas vidas – vivendo do outro, nunca para o outro.

São estradas nunca antes conhecidas, mesmo com toda a familiaridade. São ordens sem imperialismo, vontades sem profundidade. São tudo o que nos resta, e tudo o que nos falta.

São tudo. Ou nada. Mas são.

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