quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

"Amor verdadeiro" é conversa fiada


Sempre que alguém fala em "amor verdadeiro" e se dispõe a enumerar características que o definem, a minha língua começa a coçar de um jeito, só na vontade de sair questionando tudo em que a pessoa acredita. Não me entenda mal a pensar que eu não acredito nessa coisa às-vezes-linda do amor. Talvez não seja atrevimento dizer que é quase minha religião. Mas se tem uma coisa em que eu não acredito é num conceito pré-estabelecido de amor. 

Amor não é metafísica, não assim. Talvez “meta” e “física” tenham mais sentidos no amor assim separados, desconectados, em frases diferentes até, se é que você entende o que quero dizer, mas acho mesmo é que amor não tem sentido algum. Inútil procurar. A gente vai dando uns sentidos aqui, outros acolá, mas sabe lá o que está por trás disso tudo. Se sequer tem um atrás, uma frente, dois lados, nenhum, vai saber. Quem tenta saber com certeza já está meio desesperado no meio disso tudo. Vamos combinar que angustiante é mesmo, isso de não saber. Classificar tudo é nosso jeitinho de achar que se está entendendo, sem saber mesmo é de nada.


Pois pra mim? Cada um com seus amores, isso sim. É cada uma!


Não vou abrir a boca pra falar que “amor de verdade é assim”, que “quem ama mesmo faz desse jeito” ou “isso não é verdadeiro” porque, nossa, quem determinou como as coisas deveriam ser mesmo? Aposto que quem entendia era nada. Eu que também não entendo prefiro me recolher e reconhecer que estou limitada apenas a sentir – e já me basta. 

Um comentário:

pantoja, maíra disse...

Camille, por Zeus, você escreve absurdamente bem. (!) sempre leio algo por aqui e nunca comento, mas esse jogo de palavras me fez mudar de posição. não pare. fim