domingo, 30 de agosto de 2015

Ensaio sobre a cegueira


Há sangue no asfalto
Pessoas correm, des-esperadas
Aguardam o disparo que
ensurdece a dor

No contato, não há
tato
Peço teto
Não tem certo

De vasta dor,
a violência
exclama:
há chamas          
em todo o clamor

Gritos, como apitos,
em surda prece
por silêncios, olhos
tidos e perdidos

O caos incongruente
atravessa as ruas
Vai, protege as tuas!
Os guardas despensam
Não refletem a gente

Engradado em casas,
em sua defensiva ilusão
de ótica..
- Mundo, normal tu estás!
E ninguém se retratou,

ou reparou.

Nenhum comentário: