- Tu tá diferente.
- Diferente?
- É.
- Diferente como?
- Não sei, diferente.
Silêncio.
- Diferente?
- É.
- Diferente como?
- Não sei, diferente.
Silêncio.
- Mas diferente de quê?
- Hm, como é mesmo o adjetivo que usei mais cedo? Apagado. Tu tem estado apagado.
- Apagado? Feito lâmpada e fósforo?
- É. Mais feito fósforo do que feito lâmpada.
- Por quê?
- O fósforo se acende de vez assim e quando vai se apagando queima o dedo.
- Sei...
- É...
Silêncio.
- Mas eu queimo o dedo de quem?
- Você sabe.
- O seu?
- Até que me atinge inteiro no corpo.
Silêncio.
- Então sou chama?
- É. Só que não me chama mais.
- Acho que apaguei.
- Acho que eu te apaguei.
- Não, eu apaguei. Mas não quis queimar seu dedo.
- Mas me queimou inteiro.
- É. Só que não me chama mais.
- Acho que apaguei.
- Acho que eu te apaguei.
- Não, eu apaguei. Mas não quis queimar seu dedo.
- Mas me queimou inteiro.
- Desculpa.
Silêncio.
Silêncio.
- Outro dia. Agora tenho que cuidar de onde você feriu.
- Tudo bem, a gente se vê então.
- A gente se vê.
Silêncio...
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